Rede de franquia promete reduzir lixo hospitalar no Brasil
Nova franquia, que terá a marca Usilix, visa atender um mercado de mais de 30 mil unidades de saúde que produzem resíduos e cuja destinação final não está, na maioria dos casos, adequadamente resolvida
Rede de franquia Usilix, que será lançada em agosto, promete ter
capacidade para incinerar de 3,6 a 15 toneladas de resíduos tóxicos por
dia em sete estados brasileiros, contribuindo para o fim dos lixões
Ao fazer o descarte de resíduos comuns em aterros sanitários é
preciso levar em conta uma série de cuidados que passam a ser muito mais
minuciosos quando se trata de lixo hospitalar.
Para reduzir os prejuízos que esse tipo de lixo pode trazer ao meio
ambiente, o executivo Wesley Guedes de Morais conta que duas empresas de
franquia, a Emporium e a Usilix Brasil, com experiência na Ásia e
Europa, se uniram para criar a primeira rede de franqueados brasileira
para reciclagem e incineração de lixo hospitalar.
Segundo Morais, a nova franquia, que terá a marca Usilix, contará com
exaustores com capacidade para reduzir em mais de 96% o volume de
resíduos para cerca de 4% de cinzas inertes totalmente inócuas à saúde.
“O nosso objetivo é atender a um mercado de mais de 30 mil unidades
de saúde que produzem resíduos e cuja destinação final não está, na
maioria dos casos, adequadamente resolvida”, diz.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE)
mostram que apenas entre 1% e 2% de todo o lixo hospitalar gerado é
incinerado, enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, esse volume chega a
60%, explica Morais, lembrando que esse modelo de negócio contribuirá
também para que as empresas atendam à Lei Federal 12.305/10, cujo texto
prevê a eliminação dos lixões de todos os municípios brasileiros até
2014.
A franquia será lançada no início de agosto nos estados do Amazonas,
do Mato Grosso, de Pernambuco, de São Paulo, do Rio Grande do Sul, do
Ceará e do Paraná, com uma previsão de incinerar entre 3,6 toneladas e
15 toneladas de lixo por dia.
Uso dos resíduos
O executivo diz também que terá parcerias com hospitais e outros estabelecimentos que geram resíduos.
“Isso significa que o interessado em ter uma franquia não precisará
se preocupar em coletar o lixo. Os próprios estabelecimentos fazem a
segregação prévia do material e cuidam do envio para nossas unidades”,
diz, detalhando que é preciso um investimento da ordem de R$ 1,6 milhão
para adquirir uma franquia.
Segundo Morais, os exaustores usam uma tecnologia que se ajusta às
resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), referente aos
processos e procedimentos que conduzem à minimização do risco à saúde
pública.
Por conta disso, os modelos dispõem de um sistema de pré-trituração
dos resíduos que otimiza o processo de queima em altas temperaturas e
preserva o ambiente por meio do tratamento integral dos resíduos
sólidos.
“A tecnologia é tão nova que pesquisadores da USP ainda estudam o que
pode ser feito com as cinzas inertes, mas já podemos recomendar sua
utilização para indústrias de adubo, pisos e asfalto”, comenta Francisco
Guedes de Morais, também sócio-diretor da Usilix.
Outro benefício oferecido aos franqueados é a oportunidade que terão
em economizar energia. O funcionamento de todo o sistema é regido pelo
princípio da autocombustão, que permite a utilização da própria queima
dos resíduos como fonte complementar de energia.
“Entre 25% a 30% de todo o lixo hospitalar é composto por derivados
do petróleo como o plástico, que proporciona combustão suficiente para a
queima dos próprios resíduos”, explica o engenheiro Edward Radzycky, da
Usilix Brasil.
Dependendo do grau de atividade, há plantas que funcionarão 24 horas
por dia, e essa economia de energia deve pesar na hora de o interessado
aderir a esse modelo de negócio.
De acordo com Jefferson Ramirez, diretor
comercial da Emporium e consultor de franquias da Usilix Brasil, ainda
há outras vantagens. “Além da receita oriunda dos resíduos hospitalares,
deve-se considerar os ganhos com a venda de parte do material residual
como insumo na fabricação de adubo, asfalto e pisos antiderrapantes, e a
receita em crédito de carbono”, afirma.
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