segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Norte tem maior crescimento relativo de vagas de nível superior em unidades de saúde

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A oferta de postos de trabalho de nível superior nos estabelecimentos de saúde cresceu 27,0% entre 2005 e 2009, ao passar de 870,4 mil para 1,1 milhão. Embora mais da metade dessas vagas tenham sido ofertadas na Região Sudeste (51,5%), o maior crescimento relativo foi observado no Norte (42%). A maior proporção de profissionais com nível superior é de médicos (57,8%), seguidos pelos enfermeiros (14,7%).

A constatação é da Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária (MAS) 2009, divulgada hoje (19) pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo, feito em parceria com o Ministério da Saúde, traça o perfil da oferta de serviços de saúde no país, a partir da investigação dos estabelecimentos do setor, públicos e privados, com ou sem internação.

O levantamento aponta que o país ainda encontra forte concentração de postos de trabalho médicos nas capitais, numa realidade que não acompanha, na mesma proporção, a distribuição populacional. Enquanto respondiam, em 2009, por 23,7% da população, as capitais concentravam 40,2% do total de postos de trabalho médicos.

Com isso, o estudo revela uma proporção de 5,6 desses postos por mil habitantes nas capitais e de 2,6 postos para cada mil habitantes nos demais municípios do país. A concentração é mais intensa no Sul, cujas capitais têm média de 7,8 postos por mil habitantes e os demais municípios, 2,8.

A média para o país foi de 3,3 vagas por mil habitantes. O Sudeste apresenta a relação mais elevada, com 4,3 a cada mil habitantes, contra 2,3 no Nordeste e 1,0 no Norte. Entre as unidades da Federação, o Maranhão registrou o pior resultado desse indicador, com 1,3 posto médico para cada mil habitantes, seguido pelo Pará (1,7) e pelo Ceará (1,8).

Segundo o estudo, as principais áreas de atuação dos médicos nos estabelecimentos de saúde são: clínico geral (16,7%), pediatria (10,0%), gineco-obstetra (9,5%) e médico de saúde da família (6,3%). Além disso, eles estão empregados principalmente no setor privado, especialmente nas regiões Sudeste (58,5%), Sul (64,4%) e Centro-Oeste (54,9%). Já nas regiões menos desenvolvidas, o setor público responde pela maior parte dos postos de trabalho médicos, sendo 62,2%, no Norte, e 54,1% no Nordeste.

Edição: Juliana Andrade

Fora do Brasil “Mais 18 mil utentes* entopem Urgências”

(*utentes = a pessoas que utilizam os serviços públicos)

Mais 18 203 pessoas acorreram ao Serviço de Urgência do novo Hospital de Cascais entre Março e Setembro de 2010 do que em igual período de 2008, quando a unidade estava nas antigas instalações. Ou seja, em dois anos, a procura das Urgências aumentou 3033 utentes por mês, 101 por dia

Este aumento do número de doentes é a justificação dada ao CM pela administração hospitalar para explicar a situação de ruptura que é vivida no Serviço de Urgência. O Hospital de Cascais, público com gestão privada, foi inaugurado em Fevereiro. Mas, passados poucos meses, as Urgências já estão congestionadas e há doentes acamados nos corredores, o que tem motivado protestos de pacientes e familiares.

"A responsabilidade de toda esta situação não é nossa", diz João Varandas, director clínico do Hospital de Cascais. O responsável acredita que será aprovada a criação de mais um piso para internamento. O novo hospital cascalense substituiu três unidades: o antigo hospital, o centro oncológico e o Hospital Ortopédico da Parede.

A sobrelotação do hospital levou o Bloco de Esquerda a requerer, na semana passada, a presença de Manuel Pizarro, secretário de Estado Adjunto e da Saúde no Parlamento para apurar as razões e as responsabilidades do problema.

A direcção clínica do Hospital de Cascais já reuniu, no início do mês, com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) para encontrar uma solução, que passa pelo reforço do número de camas.

A ARSLVT aprovou o aumento dos internamentos de Psiquiatria e Ginecologia. Na Psiquiatria, vão ser aumentados os internamentos até dez doentes e transformados dois quartos individuais em duplos. No serviço de Ginecologia, 19 quartos individuais vão passar a duplos, o que permitirá internar o dobro do número de doentes com patologia cirúrgica mamária, abdominal e pélvica.

Fonte: www.cmjornal.xl.pt

Apesar de desigualdades regionais, aumenta oferta de equipamentos hospitalares no país

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Embora o Brasil ainda registre desigualdades regionais na oferta de equipamentos hospitalares, como mamógrafos, tomógrafos e ultrassom, a disponibilidade desses aparelhos aumentou em todo o país entre os anos de 2005 e 2009. Na Região Norte, por exemplo, onde a oferta geral de equipamentos é menor do que no resto do país, o número de mamógrafos por 100 mil habitantes passou de 0,8 em 2005 para 1,1 em 2009. Esse aumento representa um crescimento anual de 7% entre 2005 e 2009, superior à média nacional para o mesmo período, de 5,3%.

Os dados são da Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária (MAS) 2009, divulgada hoje (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No caso do procedimento de ressonância magnética, o número de estabelecimentos que oferecem o serviço em todo o país mais que dobrou no período, tendo passado de 415 para 848 unidades de saúde, um crescimento de 118,4%.

Para os aparelhos de ultrassom, o maior aumento anual (7,7%) ocorreu na Região Sul, onde foi registrado 11 aparelhos por 100 mil habitantes, índice também superior à média do país, que foi de 10,1. Na Região Norte, o indicador foi de 6,9; na Região Nordeste, de 8,5 e na Sudeste, de 11,1 pelo mesmo grupo de habitantes.

Já em relação aos equipamentos de hemodiálise, a oferta verificada por de 9,8 por 100 mil habitantes para o conjunto do país. A Região Nordeste foi a que apresentou o maior aumento (9,2% ao ano), tendo alcançado 7,6 aparelhos por 100 mil habitantes. O estudo destaca ainda que desses equipamentos, apenas um em cada dez pertence ao setor público, cabendo às unidades privadas financiadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) 83% das máquinas.

Por outro lado, os aparelhos de raio x tiveram queda anual na oferta por 100 mil habitantes nas regiões Centro-Oeste e Sul. Já na Região Norte, o número de equipamentos por esse grupo de habitantes teve aumento anual de 1,9% e passou de 5,8, em 2005, para 6,3 em 2009.

Edição: Talita Cavalcante

Gastos com saúde levam 100 milhões de pessoas à pobreza a cada ano, segundo OMS

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil


Brasília – A Organização Mundial da Saúde (OMS) constatou que 100 milhões de pessoas caem na pobreza a cada ano por causa de gastos com serviços de saúde. O dado consta em relatório da OMS divulgado hoje (22), em Genebra.

A OMS alerta que os países, ricos ou pobres, devem ajustar o financiamento da saúde para oferecer atendimento a toda a população. A organização sugere novas taxas em produtos e transações financeiras como formas de arrecadar mais recursos para o setor.

De acordo com a OMS, se 22 nações emergentes aumentarem em 50% os impostos incidentes sobre o tabaco, conseguirão arrecadar US$ 1,42 bilhão para a saúde. A Índia, por exemplo, teria US$ 370 milhões por ano com uma taxa de apenas 0,005% sobre as transações financeiras estrangeiras.

Segundo a OMS, há desperdício de 20% a 40% dos recursos do setor. O relatório prevê que são necessários US$ 44 por pessoa para oferecer cuidados com a saúde de qualidade nos países em desenvolvimento. Atualmente, 31 países gastam menos de US$ 35per capita com saúde.

A OMS cita o Brasil entre os países que têm caminhado, nas últimas décadas, para o atendimento universal, ao lado do Chile, México e da China.


Edição: João Carlos Rodrigues

Dilma quer perfil técnico para a Saúde

Presidente almoçou com 26 médicos na tarde do último sábado depois de fazer um check up no Sírio-Libânes

Em almoço com 26 médicos na tarde do último sábado (20), em São Paulo, a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) disse que "não abre mão" de um ministro com perfil técnico para ocupar a pasta da Saúde, segundo o relato de alguns convidados. As informações são da Agência Estado.
O encontro foi promovido pelo cardiologista Roberto Kalil Filho em sua residência, nos Jardins, área nobre da capital paulista, depois que Dilma se submeteu a um check-up no hospital Sírio-Libanês. Kalil Filho, médico da petista, negou ter sido convidado para o ministério.

De acordo com relatos dos convidados, a presidente eleita debateu, acompanhada do deputado Antonio Palocci (PT-SP), coordenador de sua equipe de transição, formas de financiamento e gestão da saúde pública.

Dilma busca uma maneira de repor recursos para a área, já que, com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), o governo federal perdeu uma receita anual de R$ 40 bilhões. Uma das ideias em estudo é criar um novo imposto, como a Contribuição Social para a Saúde (CSS).

O almoço com a classe médica é a segunda reunião temática de Dilma no período da transição. A primeira, realizada na semana passada, teve como eixo a erradicação da miséria no País.

Teto financeiro inviabiliza maior atendimento via SUS

Para presidente da Santa Casa de Palmital, a queda deve-se ao déficit na remuneração oferecida pelo Estado aos hospitais beneficentes


"Temos capacidade para atender o dobro de pacientes pelo SUS do que atendemos atualmente, mas é inviável por conta do teto financeiro que nos é estabelecido", explicou, em comunicado, o presidente da Santa Casa de Palmital, Edson Rogatti.

De acordo com um comunicado da Federação dos Hospitais e Casas Beneficentes de São Paulo (Fehosp), a pesquisa divulgada na última sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) deflagra as consequências de uma realidade enfrentada há anos pelas Santas Sasas e Hospitais Beneficentes. Segundo o levantamento, o país perdeu 11.214 leitos para internação entre 2005 e o ano passado. Além disso, a oferta de leitos privados ao SUS teve redução de 12% no mesmo período.

Confira a análise da Fehosp referente ao estudo do IBGE na íntegra:
Entre outros motivos, a queda pode ser relacionada ao déficit na remuneração oferecida pelo Estado aos hospitais beneficentes no atendimento dos pacientes da rede pública. Pelas regras, essas unidades prestam assistência gratuita à população e são ressarcidas posteriormente pelo Governo. O repasse é feito considerando uma tabela de procedimentos do SUS que estipula o valor de cada intervenção médica. "O problema é que essa tabela está desatualizada e há muito tempo não recebe as correções necessárias", afirma José Reinaldo de Oliveira Júnior, presidente da Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes de São Paulo).

De acordo com as instituições, o déficit atual é de, em média, 40%, ou seja, para cada R$ 100,00 empregados no atendimento gratuito, as unidades beneficentes recebem de volta R$ 60,00. "É uma distorção que, prolongada e sem solução, produziu uma dívida que as entidades não conseguem mais suportar", alerta o presidente da Fehosp. Segundo ele, vários hospitais já fecharam e existe uma tendência, entre os gestores em diminuir a parcela de atendimento ao SUS. Em parte isso explica a redução de leitos privados detectada pela pesquisa do IBGE.

A Santa Casa de Misericórdia de Palmital, no interior de São Paulo, por exemplo, que conta com 68 leitos, sendo 44 para a rede pública, atende mensalmente pelo SUS cerca de 2.740 consultas e 130 internações. "Temos capacidade para atender o dobro do que atendemos atualmente, mas é inviável por conta do teto financeiro que nos é estabelecido. Para tudo que for feito acima do teto, não há remuneração, aumentando o nosso déficit operacional", explica Edson Rogatti, presidente da Santa Casa de Palmital. Mesmo operando abaixo de sua capacidade, a instituição soma mais de 800 mil reais em dívidas bancárias. "Apesar da importância estratégica para o SUS, não existe ainda uma política de recursos financeiros que assegure a continuidade dessa prestação com gestão, qualidade e resolutividade", acrescenta Rogatti.

Já a Fundação Santa Casa de Misericórdia de Franca, que conta com 303 leitos e é o único hospital SUS que atende alta e grande parte da média complexidade para 22 municípios da região (cerca de 700 mil habitantes), convive com um endividamento de mais de 42 milhões de reais. O hospital tem 92% da taxa de ocupação pelo SUS, superando a capacidade disponibilizada para o sistema que, por lei, deve ser de no mínimo 60%. Atualmente são mais de 63 mil atendimentos ambulatoriais, 300 partos e 1.575 internações mensais. "Esses dados colocam a Santa Casa de Franca como um dos dez hospitais do estado de São Paulo que mais internam para o SUS", comenta José Candido Chimionato, presidente da instituição.

Apesar das dificuldades, as Santas Casas e Hospitais Beneficentes ainda são importantes parceiros do Estado na oferta de assistência para a população. Anualmente, realizam mais de 185 milhões de atendimentos ambulatoriais em pacientes da rede pública, grande parte deles procedimentos complexos e escassos na rede pública, e mantêm 1/3 dos leitos hospitalares do país. "Também é preciso considerar que em grande parte das cidades do interior as Santas Casas são o principal, e muitas vezes o único, recurso de saúde para a população", lembra José Reinaldo.

Para o presidente da Fehosp, diante deste cenário, a prioridade é mobilizar o Congresso para a regulamentação da Emenda Constitucional 29. Com a indefinição atual em torno da lei, aponta, metade dos Estados deixam investir o montante determinado em saúde e mesmo nas regiões que oficialmente cumprem a regra não há a garantia de que os recursos sejam realmente empregados no atendimento à população. "Isso porque não está definido claramente o que são serviços de saúde. Essa lacuna permite que dinheiro que deveria ir para hospitais seja utilizado, por exemplo, para obras de saneamento básico ou projetos sociais", explica. "A regulamentação da EC 29 é a saída para evitarmos o colapso das Santas Casas e Hospitais Beneficentes", acrescenta José Reinaldo.

Queda no número de leitos em hospitais segue tendência mundial, diz ministério

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A redução no número de leitos hospitalares por habitante segue uma tendência mundial, informou o Ministério da Saúde. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada hoje (19), constatou que o número de leitos para internação caiu de 2,4 para 2,3 por mil habitantes, de 2005 a 2009 , ficando abaixo do recomendado pelo ministério, entre 2,5 e 3. Nesse período, o Brasil perdeu 11.214 leitos, uma queda de 2,5%.

Em nota, o ministério informou que houve queda no número de leitos, por exemplo, nos países integrantes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que agrupa as principais potências econômicas mundiais. De acordo com uma tabela apresentada pelo ministério, no Japão, o número de leitos passou de 12, em 2005, para 8,2, em 2007. Na Alemanha, de 6,9 para 5,7, no mesmo período.

Segundo o ministério, a queda é resultado da ampliação de outros serviços de saúde, como o atendimento ambulatorial. “Essa tendência também está relacionada à introdução de novas tecnologias na assistência à saúde. Os atendimentos que antes só poderiam ser realizados em estabelecimentos de saúde com internação, atualmente podem ser feitos em ambulatório, como é o caso de vasectomia e tratamento para câncer. Isso significa uma mudança de foco na assistência à saúde da população; ou seja, aumenta-se a atenção para as ações básicas e ambulatoriais de saúde para que se reduzam as intervenções hospitalares”, diz a nota.

A pesquisa do IBGE foi feita em parceria com o ministério e traça o perfil da oferta de serviços de saúde no país em unidades públicas e privadas, com ou sem internação.

Edição: João Carlos Rodrigues

Brasil perde 11,2 mil leitos em quatro anos

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O número de leitos para internação no Brasil caiu mais uma vez entre os anos de 2005 e 2009. Neste período, o país perdeu 11.214 leitos, o que representa uma queda de aproximadamente 2,5%. O movimento foi observado em todas as regiões, com exceção da Norte, que teve alta anual de 1,0%. Quando a análise é feita em relação à população, também se verifica redução. No mesmo período o número de leitos por mil habitantes caiu de 2,4 para 2,3. Com isso, somente a Região Sul, que tem 2,6 leitos por mil habitantes, ficou dentro do parâmetro preconizado pelo Ministério da Saúde, entre 2,5 e 3.

Os dados fazem parte da Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária (MAS) 2009 divulgada hoje (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e feita em parceria com o Ministério da Saúde. A pesquisa traça o perfil da oferta de serviços de saúde no país, a partir da investigação dos estabelecimentos públicos e privados do setor, com ou sem internação.

De acordo com o levantamento, as regiões mais desprovidas de leitos em relação à população continuam sendo a Norte (1,8 por mil habitantes) e a Nordeste (2,0). Nelas, conforme destacam os técnicos do IBGE, embora tenha ocorrido aumento na oferta de leitos públicos no período, que representam mais de 50% dos disponíveis para internação, esse número não foi suficiente para compensar a diminuição dos leitos privados e o aumento populacional.

Em todo o país, houve aumento de 0,6% no número de leitos públicos (3.926 a mais). A oferta foi ampliada em todas as regiões com exceção da Sul, que apresentou redução de 0,7% (398 leitos a menos).

Ainda segundo a pesquisa, caiu 12,2% o número de leitos privados disponíveis ao Sistema Único de Saúde (SUS). Entre as regiões, a Nordeste foi a que apresentou a maior queda, de 23,0%, seguida da Região Centro-Oeste (-16,9%).

Na média do país, havia 1,6 leito disponível ao SUS para cada mil habitantes. Entre as regiões, a menor proporção foi verificada no Nordeste, com 1,5; e a maior, no Sul, com 1,9, todas abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde.

Os leitos privados respondem por 64,6% do total do país e os públicos, 35,4%.

Ainda de acordo com o levantamento, entre 2005 e 2008, o número de internações no país registrou queda de 0,2%. Do total de quase 23,2 milhões de internações realizadas, 15 milhões foram no setor privado.


Edição: Lílian Beraldo

Unidades privadas de saúde reduzem participação na oferta de serviços ao SUS

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Os estabelecimentos privados reduziram em 11,7% a participação na oferta de serviços ao Sistema Único de Saúde (SUS), entre os anos de 2005 e 2009. Neste período, o número de unidades nesse perfil caiu de 3066 para 2707.

Os dados fazem parte da Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária (MAS) 2009, divulgada hoje (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo, feito em parceria com o Ministério da Saúde, traça o perfil da oferta de serviços de saúde no país a partir da investigação dos estabelecimentos do setor – públicos e privados, com ou sem internação.

Segundo o levantamento, o Sistema Único de Saúde (SUS) se manteve em 2009 como fonte de financiamento mais frequente entre os estabelecimentos de saúde, embora tenha reduzido ligeiramente sua participação nos últimos anos. Em 2005, 70,9% dessas unidades tinham financiamento do SUS; em 2009, eram 67,2%. Em seguida, como fonte frequente de financiamento, aparece o pagamento direto das atividades (atendimento particular) com 42,7%; os planos de saúde, com 35,5%, e os planos próprios, com 2,8%.

Ao todo, o país contava em 2009 com 94 mil estabelecimentos de saúde em atividade total ou parcial, índice que corresponde a um aumento de 22,2% em quatro anos. Mais da metade (55,3%) é de natureza jurídica e pública, sendo a maioria ligada à esfera municipal (95,6%). As unidades ligadas à administração federal representavam apenas 1,8% e 2,5%, à esfera estadual, “refletindo a política de municipalização da assistência à saúde implantada no país”, conforme destaca o documento.

Os estabelecimentos privados, por outro lado, são predominantemente com fins lucrativos (90,6%). O documento mostra também uma tendência de diminuição de instituições sem fins lucrativos (9,4%) e de unidades com vínculo com o sistema público de saúde (SUS), que em 2005 representavam 30,6% dos estabelecimentos privados, passando para 27,1% em 2009.

Edição: Talita Cavalcante