domingo, 23 de maio de 2010

Países definem meta para o desenvolvimento da saúde na OMS

Combate ao alcoolismo e melhores condições de trabalho em saúde estão entre as metas da Assmbleia Mundial de Saúde


Na 63ª Assembleia Mundial da Saúde, realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra entre os dias 17 e 21 de maio, os países participantes discutiram os objetivos para o desenvolvimento da saúde para o milênio.
Alguns dos objetivos discutidos pelas comissões de trabalho na assembleia foram o combate ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas, que mata ao menos 2,5 milhões de pessoas por doenças relacionadas a sua ingestão. O consumo também leva a males sociais, como violência, acidentes de trânsito, doenças infecciosas e suicídio. Os estados participantes definiram ações estratégicas e uma série políticas públicas para coibir esta prática.

Outro ponto discutido pelos Estados membros da OMS foi a criação um código de conduta ética para reter a migração de profissionais médicos de países em desenvolvimento para países desenvolvidos. Os países também se comprometeram em enviar, em até dois anos, à OMS um relatório contendo as informações sobre a migração do pessoal de saúde para outros países e atualizá-lo a cada três anos.

Outra ação que compõe os objetivos da saúde para o milênio são a prevenção e controle de doenças não contagiosas, como as cardiovasculares, cancros, doenças respiratórias crônicas e diabetes, que matam cerca de 35 milhões ao ano, outra estatística apontada durante a sessão foi de que 90% das mortes ocorrem antes dos 60 anos e em países desenvolvidos.

As duas últimas ações discutidas no penúltimo dia da assembleia são a erradicação do sarampo e da varíola. Este último ponto envolve a destruição dos estoques dos vírus as contínuas inspeções de biossegurança.

Durante dia a diretora geral da OMS, Margaret Chan, apontou a complexidade do sistema global de saúde e observou que cooperação e harmonia são essenciais para fortalecer o setor.


Normas de segurança aumentam despesas de hospitais

Medidas do Ministério do Trabalho e Anvisa podem aumentar custos de hospitais e clínicas com segurança do trabalho


Duas novas diretrizes feitas pelo Ministério do Trabalho e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afetaram diretamente o trabalho de profissionais e instituições de saúde. A NR-32, que visa a segurança de profissionais da saúde ao manipular material biológico, e a RDC-07, que estabelece padrões mínimos para o funcionamento de unidades de terapia intensiva (UTIs).

Os novos procedimentos contidos na NR-32, criada pelo Ministério do Trabalho, buscam estabelecer medidas básicas de segurança ao profissional da saúde, independente de sua formação ou local de trabalho. A norma determina que em toda instituição de saúde (hospitais, clínicas, laboratórios etc.) que manipule material biológico forneça a seus funcionários regras escritas contendo procedimentos para lidar com aquele material, além de informações de segurança, equipamento adequado e capacitação técnica para manipular tais materiais.

Ambas as normas impactam vários setores da saúde, principalmente as áreas operacional e financeira, pois estas medidas exigirão a adoção de novos procedimentos para armazenagem e manipulação de material biológico e equipamentos para leitos de UTI e segurança do trabalho.

A RDC-07, desenvolvida pela Anvisa, institui requisitos mínimos para o funcionamento das unidades de terapia intensiva especificando procedimentos adotados em seus interiores, equipamentos necessários e número de profissionais por quantidade de leitos. Cerca de 90% dos acidentes com material biológico ocorrem durante o manuseio de agulhas, o restante ocorre com cateteres periféricos e outros materiais infectantes.

"Ao criar estas normatizações o objetivo foi melhorar o ambiente e a saúde do trabalhador que, quanto mais saudável, mais produtivo será", afirma a pesquisadora da Fundacentro, entidade governamental que atua em pesquisa científica e tecnológica relacionada à segurança e saúde dos trabalhadores, Érica Lui Reinhardt.

A troca dessas agulhas por modelos mais modernos e que possuem proteção contra acidentes custa em média três vezes mais que uma agulha comum e o número de empresas que produzem este material ainda é muito pequeno, atualmente existem apenas cinco fabricantes no Brasil. Além dos custos com material hospitalar, as instituições de saúde terão de contar com um número maior de profissionais como enfermeiros e fisioterapeutas, médicos e auxiliares de enfermagem.

Em fase de adequação às novas normas, o Hospital Estadual M´Boi Mirim já está em fase de negociação com a Secretaria de Saúde para decidir o que será feito com o aumento nos custos da entidade. "Estimamos que a adequação às normas RDC-07 e NR-32 gere uma despesa extra de R$120 mil por mês", afirma o diretor do hospital, Silvio Possa. O executivo também afirma que, mesmo com o custo adicional, essas normas são positivas para a segurança do paciente e do profissional de saúde.

De acordo com Érica Lui a redução desses acidentes aumentará a qualidade de vida do profissional e com isso reduzirá o custo com faltas e reajustes de planos de assistência médica, "em pouco tempo esse custo extra será absorvido e o impacto não será tão significativo", completa a pesquisadora.