terça-feira, 11 de agosto de 2009

Infecção Hospitalar (IH)

Por:
Dra. Loisiana (Infectologista)
Presidente da CCIH do HGP
Hospital geral de Palmas


Infecção hospitalar ou Infecção Associada á Assistência á Saúde (IAAS) é frequentemente confundida como sinônimo de erro médico, não apenas por leigos, mas até mesmo por profissionais de saúde. É muito importante que todos saibam discernir o que é infecção hospitalar porque somente deste modo a mesma poderá ser evitada quando isto for possível.

Epidemiologia/Prevenção

Todos nós já ouvimos falar que IH ocorre em todos os hospitais, que não existe nenhum hospital no mundo com índice zero de infecção hospitalar! Isto acontece porque muitas infecções não podem ser evitadas. Muitos pacientes terão inexoravelmente uma ou mais infecção, independente do hospital ou qualidade da assistência recebida.

Os seres vivos, o homem inclusive, carreiam bilhões de bactérias em seu organismo não somente no intestino e cavidades (boca, ânus, ouvidos) mas, também na pele superficialmente (o que chamamos de flora transitória) e também na profundidade dos folículos pilosos e glândulas sebáceas (o que chamamos de flora residente). Os germes da flora transitória são importantes do ponto de vista epidemiológico, porque os mesmos são facilmente carreados através das mãos dos profissionais que assistem os pacientes, quando as mãos destes profissionais não são adequadamente higienizadas.

Muitos pacientes quando gravemente enfermos precisam de dispositivos (ventilação mecânica, cateter venosos centrais, sondas, etc) para mantê-los vivos e isto aumenta muito o risco de contrair uma infecção, uma vez que estes dispositivos bloqueiam o seu sistema de defesa. Por exemplo, um paciente com ventilação mecânica tem o seu sistema respiratório comprometido, no sentido de evitar que germes da orofaringe cheguem até as vias respiratórias mais baixas, por isso é comum o desenvolvimento de pneumonia o que pode ser letal, ao paciente. Uma sonda urinária, mesmo com sistema fechado após vários dias pode levar à IH das vias urinárias bem como cateteres venosos centrais podem levar à IH da corrente sanguínea.

Nos casos acima, muito dificilmente os profissionais poderão evitar que determinados pacientes desenvolvam infecção, mas os mesmos profissionais podem evitar que uma infecção se espalhe dentro dos setores se as recomendações para prevenção destas infecções forem obedecidas. Exemplo clássico: higienização das mãos!!! A higiene das mãos ainda é e continuará sendo a melhor estratégia para evitar infecções, especialmente as cruzadas, a despeito de toda a tecnologia existente.

Como sabemos as bactérias não se locomovem de um paciente para outro. Isto se dá através das mãos dos profissionais quando não adequadamente higienizadas. Por isso é importante a disponibilização de álcool gel nas enfermarias e UTIs, para evitar que infecções cruzadas ocorram. Todo profissional deve saber que precisa lavar as mãos com água e sabonete quando as mesmas estiverem visivelmente sujas ou friccionar álcool gel a 70% quando as mesmas estiverem visivelmente limpas, principalmente entre procedimentos no mesmo paciente.

Definição

O que é infecção hospitalar? Considera-se infecção hospitalar àquela infecção adquirida no ambiente hospitalar, após o terceiro dia de internação, quando o período de incubação for desconhecido. É também considerada IH, àquela infecção que ocorre no sítio cirúrgico até 30 dias após a cirurgia (quando na ausência de implante) ou até um ano após a cirurgia quando houver implante (como nas cirurgias ortopédicas).

Classificação

As IH costumam ser classificadas como endêmicas ou epidêmicas. Endêmicas são as infecções que ocorrem com mais freqüência, são aquelas relacionadas aos procedimentos invasivos, por exemplo, pneumonia relacionada à ventilação mecânica, infecção urinária relacionada às sondas ou infecção de corrente sanguínea relacionada aos cateteres venosos centrais e também as infecções de sítios cirúrgicos.

Epidêmicas são aquelas que ocorrem como surtos, quase sempre relacionadas a inadequada higienização das mãos, também chamadas de infecções cruzadas.

Etiologia

As bactérias envolvidas quase sempre são germes do ambiente hospitalar e germes que fazem parte da própria flora do paciente. Os germes hospitalares mais freqüentes são: Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter ssp, Stafiloccocus aureus.

Diagnóstico Etiológico

É muito difícil diagnosticar, do ponto de vista etiológico, uma IH, isto porque o isolamento de germes seja na corrente sanguínea seja no local ou foco de infecção muitas vezes é apenas um colonizante e não o agente causador da infecção.

Tratamento

É cada vez maior o número de germes resistentes aos antibióticos atualmente disponíveis no mercado. Já existe microorganismo resistente a praticamente tudo, um exemplo é a Pseudomonas aeruginosa, bactéria muito freqüente no ambiente hospitalar que em muitos hospitais, inclusive no nosso, é sensível apenas à polimixina B, um antibiótico antigo, extremamente nefrotóxico que durante muito tempo deixou de ser usado devido aos seus efeitos adversos, mas que agora se apresenta como única alternativa para estas infecções.

Desafios, quebra de paradigmas e resultados

Por:
Adm. Giovani Merenda

Permanentemente temos a missão de dar soluções para todos os desafios que encontramos pela frente, em prol de uma qualidade melhor em nossos serviços, buscando uma satisfação explícita em cada sorriso de cliente, na batalha pela liderança de um determinado mercado ou mesmo em nossos afazeres particulares. Não importa onde e nem a hora, eles aparecerão e sem dúvida nenhuma terão de ser solucionados.

O mercado se encontra extremamente exigente, exigente principalmente pelo fato de que o perfil de nossos clientes vem mudando, um bombardeio de informações em tempo real vem ensinando e colocando os usuários de todos os tipos de serviços a par de tudo que se pode imaginar a respeito de um produto, desde sua fabricação ou produção até chegar às mãos do consumidor, e o melhor, estas informações não são somente referentes aos produtos ou serviços, mas também sobre seus deveres e obrigações quanto consumidores.

Infelizmente alguns ainda insistem em perceber somente os deveres, mas assim como aconteceu esta transformação na comunicação, esperamos um dia que esta também ocorra conosco.

Frente a isto, as organizações têm procurado aperfeiçoar seus serviços para adaptar-se a esta nova realidade de mercado que vem apresentando um cliente mais crítico, mais inteligente e muitas vezes mais ansioso.

Infelizmente alguns gestores de hospitais e clínicas, sobretudo as pequenas e as familiares, ainda acreditam que se mantendo um corpo clínico competente, serviços tecnológicos de última geração, um visual agradável principalmente ao dono, possuem tudo para que os seus negócios fluam e dêem frutos. Estão enganados, eles necessitam cuidar principalmente do que julgam ser o menos importante, olhar para o que está na sua frente, o cliente.

Vale lembrar que quando falamos cliente, estamos falando não só das pessoas que atendemos em nossas unidades hospitalares, mas também daquelas que trabalham dentro delas, o aprimoramento destes colaboradores e o reconhecimento de cada um, é de suma importância para que um serviço flua como o planejado e comece a dar frutos, pois toda a organização é o reflexo de uma interação contínua de todos os indivíduos nela envolvidos, sejam eles da alta direção, clientes internos ou externos.

Quebrar estes paradigmas é o maior desafio, e como tal, deverá ser solucionado.

Saúde e Sucesso!